quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Associação ajuda na ressocialização de presos em Porto Velho


Muito se discute sobre o sistema carcerário brasileiro, o qual apresenta inúmeros problemas, sendo o mais crítico e o principal a falta de espaço físico para abrigar a grande população de presos em todo o país. Diante desse cenário fica muito difícil a realização efetiva de projetos ou programa de ressocialização com os presos, especialmente aqueles do regime fechado, o que contribui para o entendimento de que os presídios brasileiros seriam verdadeiras escolas do crime.

Em Porto Velho a Associação Cultural de Desenvolvimento do Apenado e Egresso - ACUDA tem realizado um formidável trabalho com presos do sistema carcerário da Capital de Rondônia. A associação existe desde 2001, e nos seus primeiros anos era conhecida pelo espetáculo Bizarrus, cujo elenco era formado por presos, sendo apresentado a vários alunos de escolas públicas e também nos poucos espaços destinados ao teatro existente na cidade. Hoje o espetáculo não existe mais, e a ACUDA que chegou a possuir espaço físico dentro das antigas instalações do SEST-SENAT, hoje está localizada entre num espaço bem maior localizado entre os presídios do Complexo Carcerário de Porto Velho.

No local participam do projeto cerca de 100 presos do regime fechado que além de terem atendimento médico, odontológico, psicológico e espiritual, também encontram ali a oportunidade de desenvolver suas habilidades entre as várias oficinas que existem no local, e assim, durante o dia, eles ocupam a mente se envolvendo numa atividade produtiva, a qual poderá ser desenvolvida por eles próprios quando forem soltos:

OFICINA DE CERÂMICA E ESCULTURAS:
O artesanato feito pelos apenados na associação são comercializados na sede da Acusa, mas também em feiras e outros eventos;

OFICINA DE PINTURA

OFICINA DE TEAR

OFICINAS MECÂNICAS (MOTO E AUTOMÓVEL):
Vários serviços são desenvolvidos nas oficinas, e tudo é oferecido ao público com preço abaixo do praticado no mercado. 

OFICINA DE HORTIFRUTIGRANJEIROS

OFICINA DE MARCENARIA

LAVANDERIA

Nesta área eles lavam as roupas dos presos que cumprem medida de segurança, bem como as roupas dos próprios apenas que trabalham na associação.

A Associação possui menos de 10 funcionários, e conta com o apoio de voluntários, como os acadêmicos de faculdades e da Universidade Federal de Rondônia que prestam assistência odontológica, médica e psicológica aos apenadas. Outra atividades são desenvolvidas pelos próprios presos, sempre de forma a aproveitar os talentos de cada um deles, é o caso por exemplo do encarregado do almoxarifado, do facilitador da escolinha de alfabetização e dos administrativos, além de em cada oficina haver um responsável que sempre é um dos presos. 

A ACUDA se mantem com a ajuda de um convênio com a Secretaria de Estado de Justiça - SEJUS, que por ano chega a repassar à associação cerca de R$ 200 mil, o que não chega a ser uma quantia tão grande se levar em consideração as atividades que são oferecidas aos presos no local. Além dessa ajuda a ACUDA também recebe doações e conta com o ajuda da Vara de Execução de Penas e Medidas Alternativas - VEPEMA de Porto Velho, a qual chegou a doar uma rampa de R$ 48 mil para ser utilizada na oficina mecânica que há na associação. 

Em Porto Velho existem na mesma região, no extremo norte da cidade, sete estabelecimentos penais, entre eles a Casa de Detenção Dr. José Mário Alves da Silva (o Urso Branco), a Penitenciária Edvan Mariano Rosendo (o Urso Panda), a Penitenciária Ênio dos Santos Pinheiro e o Centro de Ressocialização Vale do Guaporé, todos gerenciados pela Secretaria de Estado de Justiça - SEJUS

O ingresso de presos nos projetos da ACUDA é feito de acordo com a disponibilidade de vagas. A associação encaminha ofício aos estabelecimentos penais, cuja direção seleciona o indica os apenas que poderão participar do projeto.

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