terça-feira, 8 de março de 2011

Haitianos desembarcam em Porto Velho à procura de emprego

Foto: Rondoniavivo.com
Foi noticiado hoje num telejornal local que quase 100 haitianos chegaram a Porto Velho em busca de oportunidade de emprego e fonte de renda para sustentarem suas famílias que ficaram no país de origem, que por sua vez é o mais pobre das Américas.

Segundo os haitianos os mesmos vieram para Porto Velho porque a cidade foi indicada pelas autoridades da ONU no Haiti (brasileiros em missão de paz), uma vez que Porto Velho está vivendo um momento de grande desenvolvimento com conseqüente aumento de oportunidades de emprego, principalmente na construção civil, devido aos inúmeros edifícios que estão sendo erguidos em vários pontos da capital rondoniana, mas também no canteiro de obras das protagonistas desse surto de crescimento, as grandiosas usinas hidrelétricas do Madeira; a de Jirau e a de Santo Antônio.

Essa região do país está vivendo o mais recente ciclo de desenvolvimento econômico, entre muitos que já teve como o da borracha, da cassiterita, do ouro, do diamante... E em vários desses ciclos a propaganda de que Porto Velho era um novo "Eldorado" foi intensa, o que motivava muitos brasileiros saírem de suas cidades natais rumo ao oeste brasileiro; a Amazônia Ocidental.

Dessa vez em pleno século XXI essa propaganda de que Porto Velho é a terra das oportunidades voltou a acontecer, mas com uma intensidade e alcance maior. O Jornal Nacional, por exemplo, que é transmitido em cadeia internacional também voltou a fazê-la, bem como outros veículos e meios de comunicação como Internet, levam essa notícia a todos os cantos do mundo, propiciando inclusive o retorno de brasileiros que haviam saído do Brasil em busca de oportunidades que não encontravam por aqui. Essa situação é muito bem ilustrada na reportagem a seguir:


Voltando aos haitianos, os mesmos estão instalados improvisadamente no Ginásio Cláudio Coutinho, sendo também cadastrados pela Polícia Federal e acompanhados pelo órgão estadual de Vigilância Sanitária, uma vez que o Haiti tem preocupantes índices de cólera.

Ainda há a notícia de que mais haitianos estejam prestes a chegar a Porto Velho pelo estado do Acre nos próximos dias. Mas a preocupação é que a vinda desses homens tenha sido em vão, tendo em vista que muitos não falam bem o português e possivelmente não têm qualificação suficiente para serem absorvidos pelo mercado de trabalho local, além que outras questões que envolvem o fato de serem estrangeiros.

Foto: Rondoniaovivo.com
Que Porto Velho está se desenvolvendo e fomentado o crescimento de toda a região é uma realidade, entretanto ainda é preocupante a incerteza do que o futuro nos reserva, pois as experiências que tivemos com os ciclos econômicos passados foram bem amargas. A cidade teve seus momentos de crescimento com eles, porém quando cada ciclo chegou ao fim Porto Velho foi abandonada de qualquer jeito, isto é, muitas pessoas chegaram de diversas partes do Brasil motivados pela falta de esperança em suas cidades natais ou pura ambição, aqui encontraram as oportunidades que procuravam, extraíram ao máximo o que Porto Velho tinha de bom e ao final, grande parte desses imigrantes foram embora deixando Porto Velho em condições nada boas, acumulado às conseqüências de um aumento extraordinário da população que Porto Velho sofreu em cada ciclo.

Outra parte que ficou por aqui se tornou políticos, e até hoje continuam sugando o estado de Rondônia ao máximo fazendo daqui um dos estados mais corruptos do Brasil, por fim, e ainda bem, a terça parte desses imigrantes ficou em na região apostando no crescimento e desenvolvimento contínuo dessa terra tão marginalizada pelo país, contribuindo significativamente pra isso e aprendendo amar essa cidade e estado a ponto se condenarem portovelhenses ou rondonianos de coração.

O que vejo nesse "ciclo econômico" atual impulsionado pela construção dessas duas grandiosas UHE’s, é que Porto Velho mesmo não tendo tido um preparo prévio para receber os canteiros de obras das mesmas, a cidade está recebendo alguma compensação por parte dos consórcios em várias áreas como a da Saúde, Assistência Social, Cultura, Turismo... Isso pelo menos em parte ameniza um pouquinho os impactos sociais gerados pelas conseqüências da instalação dessas obras numa cidade até então, em desenvolvimento.

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